Uma pesquisa desenvolvida pelo professor Leandro Soares, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), indicou que especiarias comerciais como a pimenta do reino e o cominho estão sendo fraudados. O estudo, iniciado em 2019, aponta que mais de 60% das amostras colhidas sofreram adulteração, com a adição dos amidos de milho e/ou de mandioca. A fraude pode trazer prejuízos financeiros e para a saúde.
Segundo o professor Leandro Soares, pessoas que têm alergia a glúten, por exemplo, podem ter complicações com a adição de outros condimentos nas especiarias ingeridas. “O amido de mandioca e o milho moído são fontes baratas e, na indústria de alimentos, são as fontes mais encontradas nas fraudes. Quando eu comecei essa pesquisa não imaginei que a porcentagem de alteração seria tão alta. Para a nossa surpresa, bem mais que a metade das amostras apresentavam fraude”, informou.
Ainda de acordo com o docente, os órgãos que fazem o controle alimentar não possuem técnicas rápidas e precisas para identificar adulteração nos produtos. “A pesquisa desenvolvida aqui na Uesb mostra que com um equipamento relativamente de baixo custo, como o infravermelho, é possível ter resultados satisfatórios sobre a composição dos ingredientes”, explicou A continuidade do estudo envolve a análise de outras especiarias, como a canela. BN