O Estado da Bahia entregou, nesta segunda-feira (8), a revitalização da sede do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), localizada na Rua do Passo, bairro do Pelourinho, em Salvador. O equipamento passou por restauração estrutural, pintura, aquisição de equipamentos e mobiliário, paisagismo, dentre outras intervenções que somam um investimento de R$ 310 mil, realizado através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). A entrega faz parte do ‘Agosto da Igualdade’, calendário em alusão à Revolta dos Búzios, um dos maiores levantes negros e populares registrados no país. A titular da Sepromi e presidente do CDCN, Fabya Reis, esteve presente no ato de entrega.
Com 35 anos de atuação no estado, o CDCN é um órgão colegiado da Sepromi, de caráter consultivo, formado por 21 conselheiros, sendo seis do poder público e 15 da sociedade civil. Atualmente, tem passado por um processo de ampliação, sendo criado assentos para os segmentos LGBTQIA+, da juventude negra e população em situação de rua, além de inserir outras secretarias estaduais na composição do órgão.
Homenagens
“O CDCN antecede algumas políticas de ações afirmativas no estado e muitas nasceram de discussões aqui. É um espaço de luta, de construções, um espaço que demarca a luta antirracista na Bahia”, explicou a vice-presidenta do CDCN, Lindinalva de Paula. A partir da inauguração, as salas do casarão passam a ter os nomes de lideranças históricas da luta antirracista.
A biblioteca do espaço lembra o poeta, escritor e professor Jônatas Conceição: o auditório ganhou o nome da educadora, ativista e sacerdotisa Makota Valdina Pinto; uma das salas do CDCN reconhece o papel da cozinheira e empreendedora Alaíde Conceição, a Alaíde do Feijão. Os homenageados, já falecidos, foram representados por familiares.
Durante a inauguração, o conselho se reuniu em uma breve reunião. Músico e um dos conselheiros da entidade com atuação na área da capoeira, Tonho Matéria detalha como funciona o trabalho em termos práticos. “Neste conselho, nós já conseguimos alguns editais, políticas públicas, ações afirmativas voltadas diretamente para a capoeira. Ainda é pouco, a gente precisa avançar e esse espaço veio para isso, para fomentar mais ainda a possibilidade de termos um lugar onde a gente possa se reunir e construir no coletivo o que o nosso estado precisa”, destacou.
Fotos: Joá Souza/GOVBA
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