Das 10 maiores cidades da Bahia, a Oposição ganhou em sete. Um detalhe importante é que das três cidades que o Governo venceu, duas tiveram disputas acirradas com vantagem em torno de 4 mil e 3 mil votos. Foram os casos de Juazeiro e Camaçari. A outra que o grupo vermelho levou a melhor foi Itabuna, essa sim, um triunfo com folga. Augusto Castro teve 58%.
Os azuis, por sua vez, conquistaram vitórias robustas em cinco municípios. Os outros dois, no caso Feira de Santana e Ilhéus, enfrentaram mais dificuldades. Já o povo de Salvador, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas, Porto Seguro e Barreiras não deu a mínima credibilidade ao time liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Foram verdadeiras ‘lapadas’. Bruno Reis, Débora Regis e Jânio Natal conseguiram as maiores votações da história de Salvador, Lauro de Freitas e Porto Seguro, respectivamente. O mesmo aconteceu em Vitória da Conquista com Sheila Lemos, que mesmo diante de dois adversários e com imbróglio judiciário, teve mais de 58%. Na capital do Oeste, o vencedor Otoniel (União) teve como principal adversário outro candidato de centro-direita, no caso Danilo Henrique (PP), já que que Tito amargou a terceira colocação. O petista teve apenas 24%.
O alerta está nas urnas e o desenho eleitoral é bem transparente. Ao ampliar a análise para as 10 cidades subsequentes o resultado continua desfavorável para o Governo. São cinco vitórias de lapada lideradas por Jequié com 91% dos votos, Teixeira de Freitas com 64%, Simões Filho com 58%, Luís Eduardo Magalhães com 83% e Santo Antônio de Jesus com 64%. Nesse recorte, a base petista venceu em Alagoinhas com 50%, Eunápolis com 49% e Valença com 30%.
Outros dois prefeitos de municípios entre as 20 maiores não são considerados, de forma nenhuma, da base do Governo. Eles também não se declaram oposicionistas, embora tenham apoiado em 2022 o então candidato ACM Neto. São eles: Mário Galinho (Paulo Afonso) e Nal (Guanambi).
Num recorte mais amplo, focado nos médios e pequenos municípios, onde estão os chamados ‘votos de cabresto’, esse sim, o Governo tem ampla vantagem. Porém, até mesmo nessas cidades, percebe-se que a Oposição ocupa um considerável espaço, seja com banda A ou banda B. Além disso, prefeitos filiados a partidos ligados ao Governo, a exemplo de Avante, PSD e PSB, por exemplo, não tendem a seguir com o Governo. Basta puxar o histórico.
Esses resultados sinalizam, sem margem de erro, que a Oposição está cada vez mais madura e com sede de vitória. Só falta afiar a articulação política e calçar a sandália da humildade, que não faz a mal a ninguém. Do lado governista, não há cenário de terra arrasada, mas também não há o que comemorar. Muito pelo contrário. O Jerônimo de hoje tem rejeição e o Lula de ontem desapareceu.