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BAHIA - 28/10/2024

A vitória do PT em Camaçari não diminui a derrota estadual e a insatisfação do povo

A vitória do PT em Camaçari não diminui a derrota estadual e a insatisfação do povo

Das 10 maiores cidades da Bahia, a Oposição ganhou em sete. Um detalhe importante é que das três cidades que o Governo venceu, duas tiveram disputas acirradas com vantagem em torno de 4 mil e 3 mil votos. Foram os casos de Juazeiro e Camaçari. A outra que o grupo vermelho levou a melhor foi Itabuna, essa sim, um triunfo com folga. Augusto Castro teve 58%.

Foto: redes sociais

Os azuis, por sua vez, conquistaram vitórias robustas em cinco municípios. Os outros dois, no caso Feira de Santana e Ilhéus, enfrentaram mais dificuldades. Já o povo de Salvador, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas, Porto Seguro e Barreiras não deu a mínima credibilidade ao time liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Foram verdadeiras ‘lapadas’. Bruno Reis, Débora Regis e Jânio Natal conseguiram as maiores votações da história de Salvador, Lauro de Freitas e Porto Seguro, respectivamente. O mesmo aconteceu em Vitória da Conquista com Sheila Lemos, que mesmo diante de dois adversários e com imbróglio judiciário, teve mais de 58%. Na capital do Oeste, o vencedor Otoniel (União) teve como principal adversário outro candidato de centro-direita, no caso Danilo Henrique (PP), já que que Tito amargou a terceira colocação. O petista teve apenas 24%.

O alerta está nas urnas e o desenho eleitoral é bem transparente. Ao ampliar a análise para as 10 cidades subsequentes o resultado continua desfavorável para o Governo. São cinco vitórias de lapada lideradas por Jequié com 91% dos votos, Teixeira de Freitas com 64%, Simões Filho com 58%, Luís Eduardo Magalhães com 83% e Santo Antônio de Jesus com 64%. Nesse recorte, a base petista venceu em Alagoinhas com 50%, Eunápolis com 49% e Valença com 30%.

Foto: redes sociais

Outros dois prefeitos de municípios entre as 20 maiores não são considerados, de forma nenhuma, da base do Governo. Eles também não se declaram oposicionistas, embora tenham apoiado em 2022 o então candidato ACM Neto. São eles: Mário Galinho (Paulo Afonso) e Nal (Guanambi).

Num recorte mais amplo, focado nos médios e pequenos municípios, onde estão os chamados ‘votos de cabresto’, esse sim, o Governo tem ampla vantagem. Porém, até mesmo nessas cidades, percebe-se que a Oposição ocupa um considerável espaço, seja com banda A ou banda B. Além disso, prefeitos filiados a partidos ligados ao Governo, a exemplo de Avante, PSD e PSB, por exemplo, não tendem a seguir com o Governo. Basta puxar o histórico.

Esses resultados sinalizam, sem margem de erro, que a Oposição está cada vez mais madura e com sede de vitória. Só falta afiar a articulação política e calçar a sandália da humildade, que não faz a mal a ninguém. Do lado governista, não há cenário de terra arrasada, mas também não há o que comemorar. Muito pelo contrário. O Jerônimo de hoje tem rejeição e o Lula de ontem desapareceu.

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