Os senadores levaram cerca de três horas para debater, votar e aprovar, na noite dessa terça-feira (20/2), o decreto do presidente Michel Temer que instituiu intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro. O placar final foi de 55 votos a favor da medida, 13 contrários e uma abstenção (confira abaixo). O mesmo processo levou mais de sete horas na Câmara dos Deputados para ser encerrado na madrugada dessa terça (20). Agora, com o aval do Congresso, o governo federal está oficialmente investido de poder para comandar operações de combate à criminalidade no estado, sobrepondo-se, inclusive, às forças locais de segurança. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanhou as votações tanto no Senado quanto na Câmara.
Ao contrário dos deputados federais, os senadores de oposição não entraram em obstrução. Mas, tanto parlamentares favoráveis à intervenção quanto os contrários insistiram em um mesmo ponto: o decreto não prevê a dotação orçamentária das ações federais a serem empregadas.
Falando em favor da intervenção, o senador Lasier Martins (PSD-RS) foi direto: “É preciso orçamento continuado. Sem dinheiro, não se faz guerra”, advertiu ele, corroborando com os argumentos do relator da matéria na Casa, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), que proporá medidas para garantir recursos à intervenção. “Tem de ter um planejamento até o fim, não dá para começar e não terminar. Não dá para começar uma operação dessa magnitude e no meio alegar não ter alcançado o objetivo por falta de recurso”, disse.
A votação do projeto no Senado estava prevista para as 18h dessa terça (20), mas o início foi adiado em uma hora. A sessão não poderia começar até a reunião conjunta do Congresso Nacional ser concluída, o que só ocorreu às 19h55. Às 20h25, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), declarou aberta a sessão para análise da intervenção. O quórum máximo em plenário chegou a 72 parlamentares (havia 65 quando o tema entrou em discussão – eram necessários 41 parlamentares).
A intervenção foi o único item da pauta. O ritual da votação contou com discurso de cinco parlamentares a favor e cinco contra a medida adotada pelo governo federal. A limitação dos discursos resultou em princípio de bate-boca entre Eunício Oliveira e Renan Calheiros (MDB-AL). Atrasado, o senador por Alagoas não conseguiu se inscrever: “Não acredito que o senhor vai caçar meus argumentos”, protestou Calheiros. METRÓPOLES