O ex-procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, em entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado (25), lamentou a saída de Sergio Moro do Ministério de Segurança e Justiça e analisou a condução do presidente Jair Bolsonaro na demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal.
“Os motivos de Bolsonaro [para a troca na PF] ainda estão obscuros, na verdade ele deve ter sido bastante pressionado por alguma investigação do Supremo. Neste momento de pandemia, trocar o comando da PF é muito estranho e temerário em todos os sentidos”, disse o ex-Procurador.
Carlos Fernando Lima disse que alguns dos fatos narrados por Moro, que serão apurados por inquérito, “podem configurar crimes comuns”. “Mas a grande questão é a atitude do presidente de colocar uma pessoa que lhe desse acesso a informações sigilosas. Na minha opinião configura crime de responsabilidade, uma hipótese clara, mas que não creio que vá tramitar.”
O ex-procurador ainda reforçou que a crise, segundo ele, criada pelo próprio Bolsonaro, “é muito grave”e “vai prejudicar a recuperação econômica e combate à pandemia”.
Santos Lima defendeu a decisão de Moro: “Nós todos que trabalhamos com Moro conhecemos seu caráter e retidão, desde o começo sempre mantivemos uma posição de apoio a suas decisões. Sair do governo era uma decisão necessária, a sua história não ia permitir que uma intervenção daquela forma, com motivo explícito de acessar informações sigilosas, torna a situação irreversível. A única coisa que poderia ter feito era pedir demissão.”
Sobre Alexandre Ramagem, o favorito a assumir o posto de Valeixo, Carlos Fernando afirmou que não o conhece, mas disse: “O que posso esperar de qualquer delegado é que cumpra a lei.” Informações por Jovem Pan