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BRASIL - 19/03/2025

Selic deve subir e voltar ao nível de crise de Dilma nesta quarta, e próximos passos do Copom são incertos

Selic deve subir e voltar ao nível de crise de Dilma nesta quarta, e próximos passos do Copom são incertos

O mercado financeiro dá como certo que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central vai levar nesta quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) a 14,25% ao ano –mesmo nível registrado durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).

Se a previsão se confirmar, a Selic atingirá o maior patamar desde outubro de 2016. Naquele período, a taxa básica foi colocada em 14,25% no fim de julho de 2015 e mantida estável por um ano e três meses.

Os mercados financeiros se preparam para uma "superquarta" —dia em que os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem o rumo dos juros de suas respectivas economias. Nos EUA, a expectativa é de manutenção da taxa básica no atual intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.

Apesar da expectativa unânime dos agentes econômicos, com todos as 30 instituições consultadas pela Bloomberg prevendo aumento de um ponto percentual na Selic, há divergências sobre os passos seguintes do colegiado do BC e dúvidas quanto à sinalização dos próximos movimentos.

Alguns economistas esperam que o comitê indique a intenção de desacelerar a alta de juros no encontro de maio, enquanto outros acreditam que o Copom vai "deixar a porta aberta", evitando se comprometer com qualquer ritmo de ajuste na reta final do ciclo.

 

Segundo a mediana da pesquisa Focus, coletada pelo BC, os analistas apostam que a Selic fechará o ano em 15%. A projeção está no mesmo patamar há dez semanas. Desde a última reunião do colegiado, em janeiro, cresceu a confiança de que o choque de juros dado pelo Copom está surtindo efeito, com alguns sinais de atividade econômica mais fraca.

Um dos economistas que aponta dúvidas em relação ao "forward guidance" (sinalização futura) é Sergio Goldenstein, ex-chefe do departamento de Mercado Aberto do BC e hoje estrategista-chefe da Warren Rena.

"O mais provável é que ele [Copom] altere o guidance [prescrição]. Pode até repetir uma comunicação que já fez antes, dizendo que entende que, nesse momento, o mais adequado é a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros, refletindo o estágio avançado do ciclo de aperto [aumento]", diz.

Para Goldenstein, é improvável que o BC já consiga interromper o ciclo de alta da Selic nesta reunião, com o esperado aumento de um ponto percentual, dado que a projeção de inflação está distante da meta perseguida pela autoridade monetária.

No cenário de referência do Copom, a estimativa para o terceiro trimestre de 2026 –período em que o BC hoje se propõe a cumprir o objetivo– é de 4%. O alvo central é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Em fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 5,06% no acumulado de 12 meses. Conforme o sistema de meta contínua, o BC prevê um novo estouro do teto em junho.

O estrategista-chefe da Warren defende que o colegiado do BC dê sequência ao ciclo de alta de juros com um ajuste de menor intensidade em maio, de 0,25 ponto percentual.

"Ele [BC] já tem um grau de conforto com a Selic em 14,25% em março, que é um patamar bastante contracionista [que provoca a retração da economia]. Com um ritmo menor, ele ganha tempo para conseguir entender os efeitos defasados da política monetária", afirma.

Por Folha de São Paulo

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