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ECONOMIA & NEGÓCIOS - 09/03/2020

Após pico e recuo, preço da carne no Brasil pode voltar a subir com epidemia do coronavírus

Após pico e recuo, preço da carne no Brasil pode voltar a subir com epidemia do coronavírus

Especialistas alertam que o destino do preço da carne no Brasil ainda é incerto diante da nova epidemia de coronavírus. No ano passado, os preços dispararam nos mercados e açougues de todo o país — a causa foi a peste suína africana, que atingiu a produção de porcos da China, principal produtora do alimento no mundo.

Em dezembro de 2019, o valor da carne de boi chegou a subir mais de 18%. Em 2020, no entanto, os preços voltaram a se estabilizar.

De acordo com o economista Gilberto Braga, neste mês de março o consumidor já está encontrando o produto a um preço considerado normal. “Os preços agora em março de 2020 se assemelham muito com os preços do 3º trimestre do último ano.”

Braga, porém, alerta para possíveis mudanças no cenário com a alta do dólar e a chegada do Covid-19. Segundo ele, ainda não é possível prever o que pode acontecer.

Já para o analista político-econômico Guto Ferreira, o cenário é menos preocupante. Ele acredita que a epidemia da doença pode alterar a demanda por carne brasileira no exterior, diminuindo o preço no Brasil.

“A exportação da carne brasileira tende a ficar prejudicada, levando em consideração o avanço do coronavírus. Os países tendem a importar menos e isso faz com que tenha mais oferta no mercado nacional.”

O analista político e econômico Miguel Daoud ressalta que, mesmo com o preço estabilizado atualmente, esse valor ainda é alto para o poder de compra do brasileiro. “Já está alta para o padrão nacional porque a renda do brasileiro não sobe em uma proporção que dê condição de consumo.”

Entre janeiro e fevereiro, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o preço da carne bovina caiu em 17 capitais brasileiras.

Segundo o estudo, as quedas variaram entre 5,03% em Aracaju e 0,10% em Florianópolis.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini 

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