Diante do anúncio insensível do governo do estado da Bahia, sobre o retorno das aulas na rede estadual de ensino, frente a esta situação, as entidades de representações estudantis - União Estadual dos Estudantes - UEES Bahia, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES, e a Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador - AGES, bem como as demais entidades municipais associadas no interior do estado, se manifestaram contrárias a proposta de retorno apresentada pelo governador Rui Costa.
Como se não bastasse a falta de diálogo da secretaria da educação, que chegou a ser criticada nacionalmente por não ter tomado nenhuma iniciativa na pandemia é considerada como a pior gestão entre os estados federativos neste aspecto, e que somente tardiamente apresentado na base do ‘arranjo’ apresentado as aulas remotas como solução que a tempos já era apresentada por estas entidades porém com outros formatos, somados a isso, mesmo sendo uma conquista é fruto da pressão dos estudantes e de toda a sociedade ao direito a refeição, o vale alimentação de R$55,00 (Cinquenta e Cinco Reais) demorou a ser pago, precisando ações judiciais e desde o início do pagamento, sempre atrasando e nunca seguindo um calendário fixo, associados a falta de suporte para os problemas nos cadastros de centenas de estudantes, que ficaram sem receber os valores, problemas estes que se estenderam no mesmo formato ao bolsa estudo de R$150.00 (cento e cinquenta reais), e aliado a tudo isso, a complexa ‘patinação’ do secretário, Jerônimo Rodrigues e sua gestão no entendimento sobre uma proposta robusta que resolvesse o problema dos estudantes na pandemia.
Não nos surpreende o tom do secretário, parece que se materializou no seu perfil a intransigência como principal característica, e ameaçar os professores e estudantes com cortes de salários e benefícios não é o caminho mais acertado de um governo democrático, em resposta a quem apenas reivindica "VIVER" e se "VACINAR". Este comportamento não nos intimidará em radicalizar no debate da garantia em se proteger deste vírus, enquanto a vacina não chega para todos, todas, todes.
Dados recentes já nos demonstram que o COVID19 sofreu diversas mutações, dentre elas a criação da variante DELTA a mais perigosa e contagiosa, e percebemos diariamente que os índices de contágio e letalidade deste vírus entre a juventude tem sido em escala crescente e que mesmo com as taxas de ocupação dos leitos de uti estejam em baixa, sem vacina estas instituições podem se tornar verdadeiros complexos de contágio ao ponto de recriar as transmissões comunitárias.
A Ausência de debate amplo, só fortalece a lógica de imposição e agrava a situação, o governo do estado por exemplo não calculou o roteiro destes estudantes, que precisam se deslocar em sistemas de transportes sobrecarregados, que muito provável expostos ao risco de se contaminar, seja no trajeto seja na própria instituição de ensino, e ao retorno para suas casas iniciar um processo de contágio comunitário.
Álcool em gel, máscaras, termômetros e distanciamento, infelizmente não são o suficiente para dar segurança a estes estudantes, professores, funcionários e seus familiares, expostos aos riscos pela simples vontade de se impor um retorno irresponsável neste momento.
Neste sentido, estas entidades se somam aos movimentos contrários de retorno, e reafirma que mobiliza os estudantes ao não comparecimento no dia 26 de julho, e que não tolerará nenhuma medida de intimidação de cortes de salário, demissões ou suspensão dos benefícios dos estudantes.
O que precisamos neste momento é de diálogo, segurança e acima de tudo "VACINAS"!
Aulas se recuperam, vidas não!
Ueliton Jorge
UBES - União Brasileira dos Estudantes Secundaristas