Deve partir de cada município brasileiro, a iniciativa de buscar caminhos que possam enfrentar e superar problemas como a fome, o desemprego e o trabalho precário. Esta é uma constatação e, ao mesmo tempo, uma cobrança, do professor do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana, João Rocha Sobrinho. Também representante da Associação Esperançar Novos Mundos - ASSENO, ele falou sobre o tema esta semana, na Tribuna Livre da Câmara. Diante da crise econômica enfrentada em todo o país, ele propõe que o Poder Legislativo promova audiências públicas para debater, junto à população, formas de enfrentamento dessas mazelas sociais.
O professor universitário convida a população feirense a se mobilizar para "sensibilizar, convencer e pressionar as autoridades municipais, estaduais e federais a desenvolverem políticas públicas para geração de emprego e renda de forma sustentável". João Rocha Sobrinho associa estas deficiências às questões estruturais do Brasil. Observa que, entre 1549 e 1888, os indígenas e afrodescendentes foram impedidos de ter acesso a escolarização, profissionalização e politização. E em pleno 2023, “quase dois terços desta população se encontra impedida de exercitar uma cidadania plena”.
Esta parcela, ele diz, sobrevive com severeas dificuldades diante da “histórica desigualdade de oportunidade entre ricos e pobres”, com perspectiva de bons empregos muitas vezes impossibilitada pela falta de escolaridade e profissionalização. Ele questiona: “Quem nunca teve acesso à creche, pré-escola, o direito de ver os pais lendo, e estudou em escolas sem bibliotecas decentes, terá igualdade de oportunidade para concorrer aos bons empregos e cargos públicos locais nacionais e internacionais, com quem estudou nos caros colégios privados?”.
Foto: M?rcio Garcez
Ascom