Em manobra grosseira e deselegante, vereador sai da sessão à francesa e impede homenagem a artista feirense na Câmara

O vereador Edvaldo Lima (MDB) é conhecido pelas posições polêmicas e radicalmente contrárias a temas de cunho religioso envolvendo matrizes africanas e também contra o público LGBT. Porém, nesta quinta-feira (24), o edil extrapolou os limites da grosseria.

Ele se posicionou contra a concessão da Medalha Zumbi dos Palmares ao cantor, compositor e professor Gilsan. Como haviam apenas 14 vereadores na Casa, o projeto, para ser aprovado, precisaria do voto de todos os presentes. Em uma manobra legal, mas imoral, Edvaldo Lima saiu à francesa do plenário, evitando, assim, a votação do projeto.

Indignados com a delegância do colega, os vereadores Silvio Dias, Professor Ivamberg e Petrônio Lima também deixaram o plenário. O resultado foi a sessão encerrada sem a votação dos demais projetos da pauta.

Autor do projeto de lei que concede a medalha Zumbi dos Palmares a Gilsan, o vereador Sílvio Dias (PT) reagiu à manobra deselegante, mas não surpreendente, de Edvaldo Lima. "Gilsan é músico há mais de 30 anos, compositor de mais de mil músicas e um professor engajado com a militância pela igualdade social e racial. O que vimos na Câmara nesta quinta-feira foi um triste exemplo de intolerância religiosa. Gilsan, como todos sabem, também defende as religiões de matriz africana. Não há como entender uma posição desta por parte dele", disse Sílvio Dias ao Protagonista.

Mesmo com a rejeição de Edvaldo Lima, o projeto de lei deve voltar à pauta para votação na próxima terça-feira (29), quando, certamente, o talento e a contribuição valiosa de Gilsan à cultura de Feira de Santana terão o merecido reconhecimento.

Por Protagonista FSA