Uma ala do Partido dos Trabalhadores comemorou, nessa terça-feira (10/4), decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou por cinco dias a análise de duas ações sob sua relatoria. O objetivo de ambos os processos é barrar a prisão de réus após condenação em segunda instância judicial.
A revisão da jurisprudência em vigor deve beneficiar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sentenciado por tribunal de segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP).
No entanto, apesar da revolta com a prisão do fundador da sigla, uma ala mais radical do PT acredita que o adiamento é ideal, pois garante mais tempo de exposição de Lula e sua prisão na mídia, colaborando para aumentar suas intenções de voto – o ex-chefe do Executivo foi mantido como pré-candidato do PT à Presidência da República.
Outra parte, contudo, encarou a decisão de Marco Aurélio Mello com ressalvas. Para políticos mais antigos da sigla, quanto mais o STF demorar a revisar a autorização para condenados serem presos depois do julgamento em segunda instância mais o discurso de que Lula é um “preso político” perde força. Assim como, com o passar do tempo, manter a militância ativa e unida fica mais difícil.Para se ter uma ideia, o acampamento montado a 200m da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula está preso desde sábado (7), já contou com 1,5 mil pessoas e recebeu boa parte dos parlamentares petistas com mandato no Congresso Nacional. Nessa terça, já com menor número de militantes acampados, nove governadores e três senadores estiveram na capital paranaense. E boa parcela dos congressistas voou para Brasília, participando das sessões dessa terça na Câmara e no Senado Federal.
Durante a noite, a apresentadora Bela Gil passou pelo acampamento para se solidarizar com a militância (veja vídeo abaixo). Mas a expectativa para esta quarta (11) é de que apenas o pré-candidato à Presidência da República pelo PSol, Guilheme Boulos, e “juristas de renome” marquem presença na capital curitibana. Ou seja, as visitas estão minguadas e ninguém, a não ser seus advogados, tem permissão para se encontrar com Lula.
Boatos davam notícia de que o também pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes, viajaria à Curitiba nesta quarta, mas foram desmentidos pelo próprio político. Ainda há a possibilidade de que o presidente do PDT, Carlos Lupi, apareça nos próximos dias, no entanto, nada foi confirmado. METRÓPOLES