O advogado Sérgio Habib, representante de Maurício Barbosa, declarou ao BNews que desconhece a informação de que o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) participava de um "núcleo de 'Defesa Social'". A denúncia teria aparecido na delação premiada de Júlio César Cavalcanti Ferreira, no âmbito da Operação Faroeste. Segundo Habib, o delator nem sequer mencionou o assunto na colaboração com o Ministério Público Federal (MPF).
"A delação dele [Júlio Cesar] está comigo e em nenhum momento ele fala de Maurício Barbosa", rebateu o advogado em entrevista à reportagem na noite desta quarta-feira (16). "Nós já estamos com o recurso pronto aqui para o Supremo [Tribunal Federal]. Em nenhum momento Júlio fala sobre Maurício Barbosa, nada daquilo ali. Aquilo ali não está na delação, não é verdadeira aquela informação", reforçou.
Uma petição da defesa de Júlio chegou a ser anexada ao processo, indicando que realmente ele não havia delatado o nome de Maurício Barbosa e nem citado o tal "Núcleo de Defesa Social". No documento, os representantes do delator alegaram que a denominação, inclusive, teria sido dada pelo MPF.
Habib declarou ainda que o "próprio Júlio desmente isso", porque, nas palavras dele, Júlio "está obrigado a falar a verdade" em função da delação. "Ele não pode mentir sobre nenhum fato. Não sei de onde o Ministério Público tirou essa conclusão. Deve ser de outra.... da cabeça deles lá... Não há essa informação", finalizou.
A delação de Júlio César foi o principal embasamento para a 6ª e 7ª fases da Operação Faroeste, deflagrada simultaneamente na última segunda-feira (14) pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes. Entre outras coisas, o magistrado determinou o afastamento de Barbosa por um ano do cargo. O gestor acabou sendo exonerado pelo governador Rui Costa (PT) no dia seguinte. O subsecretário Ary Pereira assumiu o comando da pasta.
De acordo com o despacho de Og, o "núcleo de defesa social" seria supostamente constituído por Barbosa, a chefe de gabinete Gabriela Macedo, e a então procuradora-geral de Justiça da Bahia, Ediene Lousado. "Aparentemente, a SSP-BA manipulava as operações policiais no âmbito do Estado da Bahia, de maneira a favorecer os seus interesses ilícitos, o que poderia envolver até mesmo grampos ilegais para chantagear opositores", diz um trecho do documento. Informações por B News