“Cheguei ao lar com 13 anos e me sentia um tanto desamparada. Mas posso dizer que o amor cura, pois quando conheci meus padrinhos pude ver o quanto são pessoas especiais e contribuem para o meu desenvolvimento”, conta a jovem Cláudia Leonarda Alfaia Mendes. Hoje com 18 anos, completados no último dia 29 de junho, a jovem passou a viver com o casal de padrinhos Jackson Ferreira Pereira e Natália Lima Bezerra e ganhou um novo irmão mais novo, Isaque, de 9 anos.
Servidora do INSS, Natália Lima explica que o casal conheceu a possibilidade de apadrinhamento por meio de uma amiga. E, desde então, passaram a ajudar o lar e, após obter autorização judicial da Vara da Infância e Juventude de Santana (AP) em 2019, começaram a apadrinhar a Cláudia. “Quando conhecemos o programa de apadrinhamento, eu e meu esposo imediatamente tivemos uma conexão e sentimos a vontade de apadrinhar uma criança. Desde que vimos Cláudia, acho que por uma ação divina, logo pensamos em apadrinhá-la.”
“A Cláudia hoje é uma pessoa que podemos dizer que é um exemplo de menina, pois nossa relação com ela foi sendo fortalecida de maneira sólida e podemos acrescentar muito do nosso conhecimento e experiências para ela e ela sempre foi receptiva aos nossos cuidados”, afirma o padrinho Jackson Pereira, técnico em edificações do IFAP.
Quem também gostou muito da nova integrante da família foi o pequeno Isaque, que sempre sonhou em ter uma irmã ou irmão. “Quando ela chegou passamos a ter muitos dias legais e eu fiquei muito feliz quando soube que ela ia morar com a gente, porque a gente montou uma nova família.”
Evolução
A juíza Larissa Antunes, titular da unidade do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) em Santana, acompanhou o período de acolhimento de Cláudia no Abrigo Casa Marcelo Cândia (antigo Lar Betânia). E percebeu como sua vida foi modificada a partir do cuidado que o lar ofereceu. Mas, segundo ela, o convívio familiar foi fator determinante para a evolução da jovem. “Dentro do Lar, ela teve acesso a educação formal, a cursos profissionalizantes e se preparar para as próximas fases da vida, mas a referência familiar que teve com os padrinhos teve um papel fundamental para que ela se tornasse uma menina empoderada.”
O apadrinhamento afetivo é voltado para crianças e adolescentes em situação de acolhimento, com o objetivo de promover vínculos afetivos seguros e duradouros com pessoas da comunidade que se dispõe a serem padrinhos e madrinhas.
Fonte: TJAP
Foto: Flavio Lacerda/TJAP