A maior parte dos 90 tribunais do país mostra engajamento no esforço do Judiciário em contribuir para o bem-estar social e a manutenção dos recursos naturais às próximas gerações. Essa é uma das principais conclusões do 6º Balanço da Sustentabilidade do Poder Judiciário, apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nessa quinta-feira (23/6), no evento Judiciário Sustentável. O mais recente panorama das ações mostra 23 destaques positivos dos tribunais na área da responsabilidade socioambiental obtidos em 2021, em comparação a 2020.
O resultado segue em evolução positiva nos dados que são coletados e monitorados pelo CNJ desde 2015. “O Balanço de Sustentabilidade colabora para que se faça uma gestão cada vez mais eficiente e assertiva, que estimule condutas de trabalhos conscientes, voltadas à difusão de boas práticas de sustentabilidade já adotadas e a mitigação dos impactos causados ao meio ambiente em decorrência das atividades do Poder Judiciário”, afirmou o presidente do CNJ, Luiz Fux.
O balanço também apresenta as informações de 2021 no contexto da pandemia da Covid-19, citando o advento das vacinas contra o novo coronavírus e as medidas do Judiciário na prevenção ao contágio. Essas ações exerceram influência no desempenho de alguns indicadores de sustentabilidade tanto em 2020 quanto em 2021. “O mais interessante é que em 2021 a gente teve uma retomada de parte dos serviços presenciais, mas a redução continuou ocorrendo. Os gastos continuaram diminuindo, mostrando que, de fato, a Justiça incorporou, nessa nova forma de trabalho mais virtual, a consciência com o consumo de materiais”, explicou a diretora do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, Gabriela Soares.
Uma evidência dessa mudança de atitude dos servidores e colaboradores da Justiça é o dado sobre a utilização do papel. Em 2015, o consumo de papel era de 3,5 milhões de resmas. Já em 2021, o consumo em todo o Poder Judiciário foi de 859 mil resmas.
Menos consumo e gastosEntre os resultados do ano passado que se notabilizaram, constam reduções nos seguintes indicadores: consumo de papel (-16%), quantidade de impressões (-20%), gasto com aquisição de suprimentos para impressão (-42,5%), consumo de água mineral em embalagens descartáveis (-22%), gasto com telefonia (-12%), gasto com água e esgoto (-10,3%), gasto com contratos e material de limpeza (-10%) e gasto com contrato de vigilância (-9,4%).
Em recursos financeiros, a economia com papel em 2021 equivale a R$ 4,3 milhões. Já a redução no consumo de copos descartáveis representa dispêndio menor de R$ 423 mil e, no consumo de água mineral em embalagens descartáveis e retornáveis, de R$ 900 mil. Em 2021, o Judiciário também diminuiu em R$ 6,5 milhões os gastos com telefonia e, em R$ 5,5 milhões, o gasto com aquisição de suprimentos de impressão, além de economizar R$ 2,6 milhões em contratos de terceirização de impressão. A redução no consumo de água e esgoto gerou uma economia de R$ 7,9 milhões e de R$ 89 milhões nos gastos com contratos e produtos de limpeza.
O 6º Balanço da Sustentabilidade do Poder Judiciário segue a diretriz da política de sustentabilidade instituída inicialmente pela Resolução CNJ n. 201/2015, posteriormente substituída pela Resolução CNJ n. 400/2021, que trouxe novos indicadores de desempenho a serem mensurados pelos tribunais e conselhos superiores. Os indicadores mínimos que devem ser aplicados nos órgãos de Justiça e conselhos superiores são: papel, copo descartável, água envasada em embalagem, impressão, telefonia, energia elétrica, água e esgoto, gestão de resíduos, reformas, limpeza, vigilância, veículos-combustível, qualidade de vida e capacitação socioambiental.
Texto: Luciana Otoni e Thayara Martins
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias