O verão chegou e, sendo a estação mais quente do ano, muitas pessoas procuram as praias, rios, cachoeiras e piscinas para aliviar o calor. Contudo, na hora do tibum, é preciso cautela. De acordo com a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), o mergulho em águas rasas é a quarta causa de lesão medular no Brasil e a segunda causa de lesão na medula durante o verão. Por isso, é preciso redobrar os cuidados.
Fisioterapeuta e professor dos cursos de Fisioterapia e Medicina da UNIFACS Pablo Barbosa alerta: “ainda que banhistas conheçam a real profundidade do local, o ideal é redobrar a atenção ao mergulhar, para evitar traumas maiores”. Conforme o especialista, as principais lesões provocadas por mergulho em águas rasas são o traumatismo raquimedular, que pode ser classificada como a lesão mais grave provocada nessas situações, e o traumatismo cranioencefálico. Os traumas de face também podem ocorrer. Entre os mais comuns estão: laceração de estruturas da face e fratura de ossos ou do crânio.
O professor da UNIFACS, que integra a Ânima Educação, também alerta sobre as principais recomendações para os banhistas na hora de curtir as férias nos ambientes aquáticos. “É importante ficar de olho no excesso de consumo de bebidas alcoólicas e nos cuidados tomados ao adentrar esses ambientes. É necessário se policiar sobre a profundidade desses lugares, para assim, evitar os afogamentos e as lesões”, finaliza.
Primeiros socorros
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, em 2017, revelou que em 67% dos casos de acidentes por mergulhos em águas rasas resultam no óbito do acidentado antes mesmo que ele possa chegar a um hospital. Essa estatística pode ser associada aos primeiros socorros mal realizados.
Pablo Barbosa destaca que boa parte das lesões podem acontecer após o trauma. Por isso, é necessário ter atenção na hora do socorro. “O primeiro procedimento que devemos realizar para indivíduos que sofrem traumas é retirar essa pessoa da água, já que uma das sequelas que pode ser desenvolvida é a tetraparesia, ou seja, não conseguir se mover, gerando, muitas vezes, o afogamento. Em seguida, deixá-la estável, sem movimentos bruscos, até que chegue uma equipe de paramédicos para fazer a locomoção até um ambiente hospitalar”, explica.
Grande parte das pessoas lesionadas por mergulho em águas rasas são jovens e adultos. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), a maioria delas acontecem na faixa etária de 10 a 30 anos e, geralmente, atingem a coluna cervical.