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NOTÍCIAS - 16/08/2023

BNB destaca protagonismo do Nordeste na transição energética do país

BNB destaca protagonismo do Nordeste na transição energética do país

“O Nordeste ocupa papel de liderança no Brasil em geração eólica e solar e pretende usar esse potencial para atrair empresas que fazem uso intensivo de energia limpa”, destacou o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, nesta terça-feira, 15, em Brasília, no evento Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas. A conferência proporcionou debate sobre legislação e financiamento de projetos de produção industrial a partir de energia verde.

Além do presidente do BNB, participaram da abertura do seminário realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente da República, em exercício, Geraldo Alckmin, o presidente da CNI, Robson Andrade, o vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, e o diretor de Planejamento do BNDES, Nélson Barbosa.

Paulo Câmara enfatizou a importância do crédito como estímulo na transformação da matriz energética e na definição de um novo mapa para a indústria limpa mundial, com impacto positivo direto na mudança climática. “Hoje, o Nordeste é superavitário na geração de energias renováveis. Portanto, é uma região preparada para liderar a transição energética no Brasil e no mundo. Entendemos que o desenvolvimento regional passa por uma transformação contínua e reconhecemos a importância do conhecimento e da inovação como elementos fundamentais para impulsionar o avanço da economia de baixo carbono, em harmonia com os valores da sustentabilidade ambiental”, ressaltou o presidente Paulo Câmara.

Geraldo Alckmin elencou uma série de ações que o Brasil tem feito para contribuir diretamente na renovação da matriz energética e descarbonização. Exemplos disso são o uso de biodiesel, com óleos vegetais em percentuais crescentes na composição de combustível, incentivo para a renovação de frotas de ônibus e caminhões, e proteção da floresta amazônica com novo modelo de biodiversidade para geração de negócios, empregos, alimentos e remédios.

“A pergunta de agora é: Onde é que eu fabrico bem, barato e consigo compensar as emissões? Aí o Brasil tem muitas oportunidades, pois somos a grande alternativa e já ocupamos o quinto lugar entre os países do mundo em atração de investimentos. Isso pode crescer enormemente. A neoindustrialização é exatamente inovação e verde”, ressaltou Alckmin.

Para Jorge Arbache, o Nordeste reúne muitas das principais condições necessárias para atrair essas plantas industriais nessa estratégia de powershoring por conta da capacidade de produzir energia verde a custos extremamente atrativos. "O passo seguinte é atrair plantas industriais que precisam desse insumo. O que se propõe nessa estratégia é exportar energia verde embarcada no produto industrial”, explica.

O que é powershoring?
É uma estratégia de localização da produção que tem como mote a disponibilidade de energia verde, segura, barata e abundante que aproveita o movimento global de relocalização industrial associada a temas geopolíticos e a fenômenos climáticos extremos. Com isso, as plantas manufatureiras intensivas no consumo de energia em seus processos produtivos estão procurando locais com combustíveis limpos.

Debates
Durante toda a manhã, representantes de entidades de diversos setores discutiram a neoindustrialização verde no Brasil e o papel do powershoring. O economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Esteves, um dos palestrantes do evento, destacou que o Brasil tem todas as condições para ser um hub mundial de provisão de energia verde. Ele salientou o papel dos bancos de desenvolvimento no crescimento econômico sustentável e sustentado do país a partir desse novo conceito da indústria brasileira.

“A mudança da indústria nacional para que a energia limpa seja a base do processo produtivo passa por uma transformação em toda a sociedade, pois envolve regulamentação diferenciada, relações institucionais, capital humano e nova perspectiva de pensamento, infraestruturas e um forte financiamento para suportar essas transformações”, afirma.

A necessidade de conhecer experiências internacionais e firmar acordos de cooperação com outros países também foi debatida durante o evento. O assessor especial do BNB, Everton Chaves, foi o mediador do painel que discutiu como as ações de políticas externas, contratos comerciais e de investimentos podem viabilizar e proteger os interesses do tema no Brasil.

A conferência foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB) e CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, além da CNI. Esta primeira etapa teve o foco nas políticas públicas. A segunda, com foco mais técnico e empresarial, será organizada no Rio de Janeiro, na sede do BNDES, em outubro.

Crédito para energias renováveis
Nos últimos cinco anos, o Banco do Nordeste viabilizou investimentos da ordem de R? 32,2 bilhões em energia renovável, sendo R? 19,3 bilhões em plantas eólicas e R? 12,9 bilhões em fonte fotovoltaica.
 
 

 

IMPRENSA - Banco do Nordeste


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