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POLÍCIA FEDERAL - 13/12/2018

Operação Trato Feito: Empresário teve que desistir de licitação após ameaça de pagadores de propina

Operação Trato Feito: Empresário teve que desistir de licitação após ameaça de pagadores de propina

 Operação Trato Feito, realizada nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal, revelou que um empresário de locação de veículos teve que abandonar participação em concorrência da Secretaria de Abastecimento de Águas de Mauá (SP) porque estava sofrendo ameaças. A ação terminou com a prisão do prefeito Átila Jacomussi (PSB).

Segundo depoimentos, o empresário havia se inscrito em pregão da pasta e acabou intimidado por um concorrente, que integraria um grupo que detinha monopólio e privilégios da administração municipal em troca de propinas milionárias para o prefeito. O secretário de Governo da cidade, João Eduardo Gaspar, também foi detido.

De acordo com o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, as ameaças abriram “margem para outra empresa ganhar” a disputa. “Esse procedimento licitatório está sendo suspenso a partir de hoje por decisão do TRF-3 [Tribunal Regional Federal da 3ª Região], a pedido da Polícia Federal”, indicou ele, que é responsável pelas investigações.

Vereadores

A Polícia Federal acredita que 22 dos 23 vereadores da cidade recebiam os repasses ilegais, em especial os que votaram contra dois processos de impeachment de Jacomussi. Os valores chegaram entre 10% e 20% do total de contratos municipais para aluguel de veículos oficiais, serviços de limpeza, reforma de parques e serviços de sinalização viária.

Merenda escolar

O prefeito e o secretário já haviam sido presos em maio, na Operação Prato Feito, que apurou desvio de verbas da merenda de escolar de Mauá. Eles foram soltos por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O mandado de prisão desta quinta foi expedido por magistrados do TRF-3, sediado em São Paulo.

“No curso das apurações, mesmo após a prisão e o afastamento do prefeito, foi detectada fraude em ao menos mais uma licitação”, informou o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves. Assim, a polícia descobriu que mesmo com a primeira detenção, Átila Jacomussi e João Eduardo Gaspar continuaram a praticar os mesmos crimes na cidade.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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