A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, autorizou a Polícia Federal a acessar, em uma operação de busca e apreensão, “documentos físicos” que indicassem relacionamento de Maurício Ferro, genro de Emílio Odebrecht e ex-executivo da empreiteira, com “jornalistas e veículos de imprensa”.
A relação de qualquer pessoa com repórteres é protegida pelo sigilo da fonte, previsto na Constituição, mas a medida foi autorizada mesmo assim. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha.
A operação foi desencadeada na sexta (23). A apreensão dos documentos acabou não acontecendo porque, quando os mandados foram expedidos, Ferro já havia sido preso em outra ação.
Segundo a PF, o pedido se justifica porque há indícios de tentativa de obstrução das investigações envolvendo a empresa e a imprensa. Os policiais relatam um suposto conselho recebido por Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, para que ele divulgasse a jornalistas que a Suíça estaria repassando documentos aos investigadores brasileiros. Isso seria feito “de modo a transparecer que teria ocorrido violação do sigilo das informações” por agente público, o que atrapalharia as investigações. No entanto, na representação, a PF não mostra evidências de que isso teria realmente acontecido. METRO 1