O comércio está fechado e quatro ônibus já foram incendiados em Macaé, no Norte Fluminense. Desde a manhã desta terça-feira, facções criminosas rivais estão em guerra pelo controle do tráfico no bairro Lagomar. O confronto, no entanto, já atingiu ruas do Centro. No Calçadão de Macaé, onde está concentrada a maioria do comércio, as lojas fecharam as portas. No começo da manhã, o cabo José Renê Araújo Barros, de 35 anos, morreu após ser baleado na cabeça durante um confronto com traficantes no Lagomar.
Um vídeo postado pela página Onde Tem Tiroteio-RJ (OTT-RJ) mostra carros da Polícia Militar circulando em alta velocidade no Centro da cidade. Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana da cidade informou que " por recomendação da polícia, em entendimento com a empresa SIT, por questões de segurança, restringiu o transporte público até o Terminal Lagomar. Os coletivos não estão entrando no bairro.", informou o comunicado.
A Polícia Militar informou que dois helicópteros da corporação se deslocaram para a cidade para dar apoio aos policiais que estão na operação.
Segundo informações do Hospital Municipal de Macaé, cinco pessoas deram entrada na unidade em decorrência dos confrontos na cidade.
Em nota, mais cedo, a Polícia Militar lamentou a morte do cabo José Renê Araújo Barros. O agente, que era casado e pai de três filhos, é o quarto policial a ser morto no estado do Rio este ano.
"O militar estava em uma operação para reprimir ações criminosas de facções rivais pela disputa de ponto de drogas na Comunidade Lagomar, em Macaé. O policial foi ferido e infelizmente não resistiu, falecendo enquanto era socorrido para a unidade de saúde mais próxima", diz a nota divulgada pela PM.
Outros três mortos em 2018
Na sexta-feira da semana passada, o primeiro-sargento Alexandre Fernandes da Silva, de 43 anos, morreu no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, Zona Norte do Rio. Ele estava internado na unidade desde o início de outubro do ano passado, quando foi baleado em uma tentativa de assalto em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Na noite do dia 1º de outubro do ano passado, Alexandre havia acabado de fazer um lanche em uma barraca de cachorro-quente no bairro Grande Rio, em Meriti. Ao retornar para o carro, o sargento se viu cercado por homens armados. Ele reagiu e acabou atingido por dois tiros nas costas. Os bandidos fugiram sem levar o veículo do PM, que também foi alvejado várias vezes. Casado e pai de quatro filhos, o policial estava na corporação há 21 anos e era lotado no 22º BPM (Maré). De acordo com a PM, ainda não há informações sobre o sepultamento.
Alexandre foi o terceiro policial militar morto em decorrência de situações de violência apenas nos primeiros dias de 2018. Na manhã da última quarta-feira, o soldado Ivanderson da Silva Pinheiro, de 38 anos, foi baleado na cabeça em um assalto no bairro Mutuá, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado. No mesmo dia, à noite, o sargento Anderson da Silva Santos, de 41 anos, morreu após ser atingido por três tiros na cabeça após uma briga de trânsito em Queimados, na Baixada Fluminense. EXTRA ONLINE