A Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito sobre a morte da adolescente Bruna Santana Mendes, de 16 anos, achada morta depois de ficar dois dias desaparecida na cidade de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Nesta quarta-feira (21) completou um mês que a jovem foi encontrada dentro de um saco, em estado avançado de decomposição.
Dois suspeitos de envolvimento no crime, um jovem de 18 anos e outro de 20, foram presos. Um terceiro suspeito foi identificado e continua sendo procurado.
A polícia informou que está esperando resultado de exames para esclarecer as circunstancias do homicídio.
Os suspeitos já localizados estão cumprindo prisão temporária, que expira no próximo sábado (24). "As previsões legais para esse caso são: ou eles [os presos] serem soltos no sábado, ou a Justiça renovar esse pedido de prisão por mais 30 dias ou, de acordo com a conclusão da investigação, pode ainda ser decretada uma prisão preventiva, que não tem prazo expirar", explicou o delegado Fabrício Linard, que investiga o crime.
Conforme o delegado, uma autópsia feita no corpo da vítima apontou que ela morreu depois de ter sido esganada. A polícia ainda apura a hipótese de a vítima ainda ter sido estuprada.
"Não podemos dizer que já estamos concluindo a investigação. Ela ainda está em andamento e adotamos uma postura de não comunicar como anda a nossa investigação, dada a complexidade dos vários fatores externos que estão tentando atrapalhar o nosso trabalho. E aí preservamos as informações no intuito de não atrapalhar a investigação. Mas a Polícia Civil com certeza vai dar a resposta do caso", disse o delegado.
Caso
Bruna morava na cidade de Serra Preta, mas foi para casa de parentes, em Feira de Santana, para realizar exames médicos e tirar alguns documentos pessoais. Ela desapareceu no dia 18 de fevereiro, enquanto voltava para a casa do primo após um encontro com um jovem também de 16 anos em um shopping da cidade.
A garota foi encontrada morta no dia 21 do mesmo mês, em uma localidade conhecida como Anel de Contorno, que fica nas proximidades da casa para onde ela iria. O corpo estava enrolado em um saco, em avançado estado de decomposição. Ela vestia apenas uma calcinha e tênis -- o que levou os investigadores a suspeitarem do abuso sexual.
A jovem teria ido ao shopping com um namorado, e uma prima ficou de buscá-la no empreendimento ao final do encontro. Como o telefone da jovem estava quebrado, as duas terminaram se desencontrando no estabelecimento comercial, e Bruna pegou um mototaxista para retornar até o bairro Jardim Cruzeiro. Depois de descer no ponto, ela acabou desaparecendo, segundo a polícia.
A mãe do adolescente de 16 anos que se encontrou com Bruna antes de ela desaparecer disse que o filho estava sendo ameaçado nas redes sociais, por acharem que ele tenha algum envolvimento no crime. Ela relatou ainda que ele não tem saído de casa.
A dupla Deivison Jorge dos Santos e Éric Pereira Maciel foi presa em cumprimento a mandados de prisão temporária. Os dois negam o crime.
A polícia encontrou sacos semelhantes ao usado para ocultar o corpo da vítima em uma casa que pertence a família de Deivison. O imóvel, que estava abandonado, é vizinho à casa do primo da garota, onde ela estava hospedada antes de ser morta.
Segundo a polícia, Deivison e Éric também moram perto da residência do primo da vítima. Há indícios de que a dupla estava próxima ao local em que o corpo foi encontrado no dia do crime e a polícia aguarda imagens de câmera de segurança da região para confirmar a hipótese. G1