A tesoureira da Prefeitura de Jales (SP), Érica Cristina Carpi Oliveira, presa temporariamente nesta terça-feira (31) durante a Operação Farra do Tesouro, desviava dinheiro do município para enriquecimento da família e empresas, mas também para alguns luxos, conforme informou a Polícia Federal.
Segundo a investigação da PF, foram localizados cheques emitidos da conta da Saúde da prefeitura, assinados pela tesoureira e pela secretária da Saúde, tendo como beneficiários boutiques de grife, lojas de joias e decoração, salões de beleza, salões de festas, arquitetos, clínicas estéticas, móveis planejados.
A TV TEM teve acesso às cópias de alguns cheques do fundo de saúde de Jales que teriam sido usados para pagar prestadores de serviço da funcionária. Dentre os cheques, tem mais de R$ 10 mil para um buffet e R$ 34 mil para uma empresa de móveis planejados e diversos cheques em nome do marido de Érica.
Além de Érica, outras quatro pessoas foram presas temporariamente: o marido dela, Roberto Santos Oliveira, a irmã Simone Carpi Brandt e o cunhado dela, Marlon Brandt. As prisões temporárias têm validade de cinco dias. A secretária de Saúde Maria Aparecida Martins também foi presa, mas a prisão foi revogada na tarde desta terça-feira.
Depois da operação, Érica e Maria Aparecida foram exoneradas pela prefeitura. A TV TEM não conseguiu contato com a defesa de Érica. Já a advogada de Maria Aparecida informou que não vai se manifestar sobre o caso.
A PF diz que em um dos desvios foram gastos R$ 7 mil em tratamentos estéticos, mas o rombo foi bem maior. Apesar de não ser concursada, a tesoureira Érica Cristina Carpi Oliveira trabalhava no departamento financeiro da prefeitura desde 2012, e a PF acredita em um desvio maior de R$ 5 milhões.
“Muito importante salientar que a partir deste mês a prefeitura vai ter R$ 100 mil a mais na conta, que era o mínimo que ela desviava por mês. A maior parte era para as empresas que eram administradas pelo marido”, diz o delegado.
Na internet, a família da tesoureira exibia uma vida de luxo. Festas, aniversários com camisetas personalizadas e fins de semana em uma chácara na Zona Rural de Jales que, segundo a PF, é avaliada em R$ 1,5 milhão e teria sido construída com dinheiro desviado dos cofres públicos. Durante a operação, a PF encontrou cerca de R$ 16 mil em dinheiro no quarto da irmã de Érica.