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POLÍCIA - 07/11/2018

Supermercados desviavam cargas e vendiam comida podre

Supermercados desviavam cargas e vendiam comida podre

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (7/11), uma operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de furto e receptação de cargas. De acordo com as investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), os produtos eram desviados das fornecedoras e revendidos em supermercados nas regiões de Santa Maria e Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF. O prejuízo ultrapassa R$ 1,5 milhão, segundo a polícia.

O alvo principal é a rede de supermercados Alvorada. Durante a operação, chamou a atenção dos policiais a quantidade de comida estocada em locais inadequados e a sujeira nos estabelecimentos. Por conta disso, a unidade do Alvorada de Valparaíso foi interditada na manhã desta quarta (7). Os policiais também acionaram a Vigilância Sanitária para fiscalizar a de de Santa Maria.

“Chegamos aos locais quando ainda estavam fechados. Sem clientes. Nos deparamos com uma extrema precariedade, moscas, baratas, produtos em contato com a rede de esgoto”, disse o delegado Luiz Fernando, da Corpatri. Havia ainda mercadorias vencidas, como queijos. Os produtos eram sempre colocados em promoção para que fossem escoados rapidamente.

A ação, batizada de Latrinariam (papel higiênico, em latim), mira os donos e funcionários da rede, além de motoristas de caminhões fretados. São cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão em Santa Maria, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Recanto das Emas, Gama, Brazlândia e Valparaíso.

Até as 7h, 13 pessoas haviam sido presas. Estima-se que a quadrilha tenha desviado cerca de 100 toneladas de cargas. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, foram apreendidos 15 carros de luxo, uma arma e R$ 30 mil. Os criminosos são acusados de simular assalto e registrar ocorrências nas delegacias.

Os investigados responderão por organização criminosa (pena de três a oito anos de reclusão); furto mediante fraude (dois a oito anos); receptação qualificada (três a oito anos); adulteração de sinal identificador de veículo automotor (três a seis anos); falsidade ideológica (um a cinco anos); e uso de documento falso (dois a seis anos). A reportagem ainda não conseguiu contato com nenhum representante do supermercado Alvorada.

Confira imagens da operação: