"Daí chegou o PM e ele foi baleado na perna. O absurdo pior foi que toda a irmandade presente no culto ficou alheia ao ocorrido mesmo vendo a situação e o culto prosseguiu enquanto um de seus fiéis estava ensanguentado", disse.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás informou que o PM estava "em horário de folga" e que, assim que a Polícia Militar tomou conhecimento do caso, foi determinado a instauração de um procedimento administrativo disciplinar para apurar as circunstâncias do fato.
"Informamos ainda, que o policial militar apresentou de forma espontânea na delegacia de Polícia Civil para os procedimentos cabíveis", diz a nota, assinada pelo tenente-coronel Dallbian Guimarães Rodrigues.
Segundo a SSP-GO, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar a ocorrência e já começou a arrolar testemunhas.
A reportagem tentou, diversas vezes, localizar algum responsável na unidade da CCB no Brás, em São Paulo, que é a unidade central no Brasil, através do telefone, mas os funcionários não sabiam dizer quem poderia falar em nome da igreja.
Ao jornal O Popular, o irmão da vítima disse que as discussões tiveram início um mês após ele e o irmão defenderem posicionamentos contrários à fala do líder da igreja, que segundo ele, passou a pedir membros para não votarem em partidos "vermelhos".
Em circular encaminhada às igrejas da CCB, as lideranças da igreja deixam claro a influência política sobre os fiéis: "Não devemos votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus, isto é, casamento entre homem e mulher", diz a carta, lida durante os cultos.
Na compreensão dos irmãos Davi e Daniel, a circular vai contra o regimento da igreja, que diz: "A CCB não pode ter qualquer vínculo com partidos e ideologias políticas e seus membros, com ministérios ou sem, não podem valer-se do nome da igreja para expor sua opinião política".
Segundo o próprio estatuto da igreja, em seu capítulo I, Art. 1º, a CCB é uma comunidade religiosa apolítica, sem fins lucrativos, constituída de número ilimitado de membros, sem distinção de sexo, nacionalidade, raça, ou cor, tendo por finalidade propagar o Evangelho.
Por B NEWS