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POLÍTICA - 24/03/2023

Assassinato de três mulheres em 24 horas, mostra que rede de proteção "não funciona em Feira"

Assassinato de três mulheres em 24 horas, mostra que rede de proteção

No último fim de semana, em apenas um espaço de 24 horas, o município de Feira de Santana registrou o assassinato de três mulheres. De sexta para sábado, aconteceram as mortes de uma estudante de 21 anos da Universidade Estadual (Uefs), e em seguida de outras duas pessoas, com idades de 39 e 17 anos. A situação, segundo o vereador Jonathas Monteiro (PSOL), em discurso na Câmara, é considerada “alarmante” e decorrente do “não funcionamento” da rede de proteção à mulher feirense. “Já seria triste se ocorresse no final de semana. Mas o grande problema é que isso está sendo do cotidiano feirense”, diz.

O parlamentar avalia que além da agilidade na investigação destes e dos demais crimes violentos contra mulheres registrados no município nos últimos tempos, é preciso adotar iniciativas de prevenção. “Junto com a investigação para dar respostas às famílias, há a necessidade de um processo  preventivo envolvendo toda a rede de proteção à mulher, que não funciona adequadamente em Feira de Santana”, adverte. Para Jonathas, é um equívoco abordar a violência apenas como “caso de polícia” e atribuir responsabilidades só à Delegacia da Mulher (DEAM) ou ao Departamento de Homicídios e de Proteção á Pessoa (DHPP). “É mais do que isso. Envolve um conjunto de políticas que passam pela Secretaria de Mulheres e outras que precisam acompanhar isso como uma questão pública no município”, avalia.

No entendimento do vereador,  ocorrências como essa resultam “de um processo que começa, às vezes, com agressões muito menos visíveis até chegar numa situação extrema". Por isso, o psolista vê a necessidade de todas as autoridades públicas darem uma resposta ao problema. De acordo com Jonathas Monteiro, uma das consequências de relegar o assunto ou apenas terceirizar responsabilidades é ter que assistir ao ciclo da violência e do feminicídio repetindo-se. "Se não nos atentarmos para isso, daqui a um tempo trataremos aqui de novo de fatalidades semelhantes, sem a resposta devida de quem tem o poder”, diz.

A Casa da Cidadania, segundo Jonathas, pode dar contribuição relevante à busca de possíveis saídas. “Esse é um debate da política, portanto também de responsabilidade dessa Câmara enfrentar a violência a todo o segmento social, e, particularmente, ao feminicídio alarmante em nosso município", reconhece. O vereador informa ainda que durante a semana manteve contato com a secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Gerusa Sampaio, conversando sobre o assunto.

DEZ ASSASSINATOS DE MULHERES ESTE ANO

Em complemento à fala de Jonathas, o vereador Pastor Valdemir (PV), presidente da Frente Parlamentar de Combate à Violência, informou que em 2022 foram registrados 21 assassinatos de mulheres em Feira. Este ano, diz ele, a marca já totaliza 10 crimes. Valdemir convidou os colegas parlamentares para participarem nesta quinta-feira, às 14h, da Audiência sobre violência no município, onde o tema relacionado às mulheres também será discutido. Segundo ele, a secretária da Mulher e vereadora licenciada, Gerusa Sampaio, garantiu a presença.

Por ASCOM

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