Com metade das mortes registradas neste ano em todo o país por H1N1, Goiás é o primeiro estado do país a promover campanha de vacinação contra gripe. As doses começam a ser aplicadas nesta sexta-feira (13), dez dias antes do lançamento da mobilização do Ministério da Saúde.
Segundo último boletim do órgão, das 16 mortes pela doença no país, 8 foram no estado. Uma 9ª vítima do vírus foi confirmada em Goiás após o balanço.
Para este primeiro momento, foram enviadas 650 mil unidades, e apenas idosos, trabalhadores da saúde, indígenas e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias graves serão contemplados. A imunização protege contra dois subtipos da Influenza A – H1N1 e H3N2 – e um subtipo da Influenza B.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), as doses serão distribuídas apenas para grupos prioritários – crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, pessoas com 60 anos ou mais, indígenas, trabalhadores da saúde, professores, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, funcionários do sistema prisional e adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos que cumprem medida socioeducativa ou estão presos.
A TV Anhanguera apurou que idosos de Goiânia que estão restritos ao leito e não podem se locomover até os postos podem solicitar a vacina em casa. Eles devem entrar em contato com o Distrito Sanitário de sua região. Nas unidades, há equipes conhecidas como Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), responsáveis pelo atendimento.
As últimas mortes causadas pela doença foram registradas em 2016, quando 90 pessoas vieram a óbito. O medo do avanço da doença levou várias pessoas a laboratórios particulares. Os estoques acabaram, e as clínicas precisaram pedir reposição e passaram a atender com distribuição de senha. O custo é de cerca de R$ 150. O Procon fiscaliza o serviço.
O governo estadual decretou estado de alerta e criou um comitê para controlar a situação e, adotando recomendações do Ministério Público, reservou 30 leitos em hospitais para atender casos graves. O secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, classificou a situação como "anômala".
De acordo com o último boletim da SES-GO, divulgado no dia 10 de abril, já foram confirmados 64 casos de H1N1 em 15 cidades do estado este ano. A pasta informou contabilizar apenas casos graves, já que a notificação da doença deixou de ser compulsória em 2012.
Até então, oito mortes tinham sido confirmadas. O nono caso foi informado ao G1pela Prefeitura de Anápolis nesta quinta-feira (12) e vai ser anexado ao próximo boletim.
As duas primeiras morte por H1N1 registradas no estado neste ano ocorreram na Vila São José Bento Cottolengo, hospital filantrópico que atende pessoas com múltiplas deficiências, físicas e mentais. Um surto da doença atingiu a unidade, e outros pacientes precisaram ficar em isolamento.