Era para ser apenas uma intervenção estética a fim de melhorar a aparência, mas se transformou em experiência traumática para pelo menos 30 pacientes do médico Wesley Murakami. Tudo porque o procedimento de harmonização facial realizado pelo profissional resultou em efeitos colaterais que deformaram os rostos de pessoas atendidas pelo cirurgião.
O caso foi noticiado pela equipe da Record TV de Goiás. A reportagem conversou com pacientes que denunciaram Wesley, como Alexandre Garzon. Em 2012, o rapaz procurou o profissional com a intenção de realizar uma bioplastia.
Segundo a vítima, a cirurgia consiste na aplicação de PMMA, sigla para polimetilmetacrilato – um plástico apresentado no formato de microesferas. Alexandre conta ter ficado com o rosto desfigurado, pois o médico teria aplicado “material em excesso e em locais onde não havia necessidade”.
“O procedimento, em si, não é ruim, mas ele não sabe fazer. Colocou [o PMMA] em lugares como abaixo do meu olho e nas bochechas. Consultei outros médicos, que me disseram o mesmo”, relatou.
Ao todo, o homem pagou R$ 10 mil a Wesley e diz ser impossível retornar à sua antiga aparência. “Foi muito traumático. O plástico vai ficar na minha cara o resto da vida. Esse cara tem que parar, continua estragando a vida de muita gente”, desabafou.
Garzon faz parte de um grupo no WhatsApp com cerca de 40 pacientes que também alegam terem sido vítimas de Wesley. É o caso de Amanda Nepomuceno, 27 anos. Em abril de 2016, ela decidiu retirar “a papada” que tanto a incomodava.
Murakami a procurou em sua conta no Instagram e apresentou os serviços. “Ele agendou uma consulta e, chegando lá, me colocou em frente ao espelho e apontou milhares de defeitos em mim. Disse que eu até era bonitinha, mas poderia ficar melhor. Caí na lábia.”
Inicialmente, Wesley orçou a bioplastia em R$ 29 mil, mas Amanda optou por fazer apenas da mandíbula, custando à moça R$ 8,8 mil. No dia da cirurgia, mais problemas: “minha bioplastia foi horrível, a anestesia não pegou e passei mal, senti muita dor”.
O resultado final não agradou à administradora e, como se não bastasse, a paciente teve de ouvir do profissional que a culpa era dela. “Ele me disse que era porque estava acima do peso ou era algo hormonal, mas eu estava com 45kg à época. Disse que talvez eu deveria até colocar mais PMMA para resolver o problema.”
Procedimento
Sem saber que estava sendo gravada, a secretária da clínica de Murakami, em Goiânia (GO), explicou o procedimento “sem corte”. Segundo ela, cobra-se R$ 80 por um atendimento inicial. “A gente pede para fazer um levantamento. Tudo isso é analisado com nosso médic