As famílias jovens têm optado, cada vez mais, por postergar os planos de reprodução. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 10 anos, o índice de gestações em mulheres entre 30 e 39 anos aumentou de 22,5% para 30,8%.
Graças ao avanço da medicina, é possível que a gravidez ocorra no momento escolhido pelo casal – mesmo que ela não ocorra naturalmente – por meio de técnicas modernas de fertilização. No entanto, a decisão de adiar a maternidade pode ocasionar complicações capazes, inclusive, de colocar em perigo a vida da mãe e do bebê.
O ginecologista-obstetra e especialista em gestação de alto risco do Hospital Santa Marta, Dr. Helio Mitiharo, explica que uma gravidez é considerada tardia a partir dos 32 anos. “Claro que estamos falando de possibilidades. Não há uma regra. Entre 32 e 35 anos, as mulheres podem desenvolver hipertensão, diabetes ou hipotireoidismo”.
Dr. Helio ressalta que é fundamental receber orientação médica antes e durante a gestação, a fim de prevenir ou controlar qualquer problema. “Nesses casos, o acompanhamento pré-natal precisa ser muito mais intenso. As consultas devem ser mais constantes e os exames mais específicos”, justifica.
O médico acrescenta que, geralmente, a gravidez de risco tem maior incidência entre mulheres que já possuem fatores de risco, como diabetes ou excesso de peso.
Parto prematuro
Para o pediatra e neonatologista do Hospital Santa Marta, Dr. Marcos Guimarães, também existe uma correlação entre a idade da gestante e a prematuridade. “Uma gestação tardia é considerada uma gravidez de risco, e esse risco pode significar tanto problemas para a mãe quanto para o bebê”, afirma o médico, citando intercorrências como aborto, atraso no crescimento e Síndrome de Down.
Quando não há histórico de parto prematuro (antes de 37 semanas de gestação), tampouco fatores de risco associados, o assunto pode ser evitado. O fato é que nem sempre é possível prever a prematuridade e, em muitos casos, não se consegue associá-la a uma causa específica.
Os últimos dados divulgados pela pesquisa Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento, revelam que a taxa de prematuridade brasileira, de 11,5%, é quase duas vezes superior à observada nos países europeus, sendo 74% desses prematuros tardios (34 a 36 semanas gestacionais).
Entre as estatísticas de partos prematuros está o caso da Andréa Sobreira, 42 anos, mãe de quatro filhos, incluindo a mais recente — a bebê Elena Aviva Theodora, fruto de fertilização in vitro, que nasceu em março, com 36 semanas. “Lutamos com sucesso para chegar até onde chegamos. E com a graça de Deus deu tudo certo! Sou laqueada há oito anos. Ela foi a guerreira de quatro embriões que colocamos”, comemora.
Andréa teve várias intercorrências na gestação e diz que recebeu todo o suporte necessário no Hospital Santa Marta. “Cada vez que precisei, fui bem atendida. Gostaria de frisar meu agradecimento e engrandecimento a toda equipe, pois foram excelentes, do obstetra Fábio Passos, aos técnicos e anestesista. Foram fantásticos! Fui muito bem assistida durante a cirurgia”, relembra.
O diferencial no atendimento também foi destacado pelo suporte na maternidade e na UTI Neonatal. “Foram fantásticos conosco, nos passaram segurança e um esclarecimento sobre tudo que seria feito lá”, relata.
Andréa fez promessa para raspar a cabeça, assim como o esposo e o obstetra, assim que Elena tivesse alta
De acordo com Andréa, inicialmente, havia apenas de 1% a 8% de chances de sucesso na fertilização, no entanto, ela obteve sucesso na primeira tentativa. “Apesar de todas as intercorrências da gestação, dores, doenças que apareceram e tudo mais, sabíamos que ela era a filha da promessa”.
Além de reconhecer o diferencial de toda a equipe, Andréa afirma que o ambiente foi favorável para trocar experiências. “Compartilhei experiências com outras mães e encontrei uma força inimaginável. Todos foram maravilhosos. Ver esse sonho se tornar real, por esses profissionais, não tem preço”, reconhece.
Atenção especial
A UTI Pediátrica é destinada a crianças, a partir de 29 dias até os 14 anos, que precisam de cuidados intensivos. A supervisora da UTI Neopediátrica, Lívia de Pieri, explica que a unidade conta com recursos adequados para prestar a assistência completa que esses pacientes necessitam. “Com a UTI pediátrica, proporcionamos mais segurança para os bebês prematuros que precisam ser transferidos da Neonatal”, afirma.
O coordenador da Unidade Materno Infantil do Hospital Santa Marta, Dr. Marcos Guimarães, explica que a UTI é um lugar para recuperação e indicada para casos instáveis, quando os pacientes precisam de uma intervenção mais intensiva e mais rápida. A UTI também recebe casos pós-operatórios, como cirurgias cardíacas e de grande porte que demandam um cuidado mais de perto durante 24 horas. METRÓPOLES