Paulo Estivallet de Mesquita, embaixador do Brasil em Pequim, garantiu que tem mantido um “contato regular” com os brasileiros que estão na região de Wuhan, o epicentro do novo coronavírus, que já deixou ao menos 170 mortos na China.
Em entrevista ao Jornal da Manhã desta quinta-feira (30), o embaixador afirmou que os brasileiros estão sujeitos às limitações de todos os outros cidadãos do local, mas que “estão em condições materiais satisfatórias, com alimentação e abrigados.”
Estivallet reforçou que o Governo Federal analisa todos os elementos que geram incerteza aos habitantes de nacionalidade brasileira. “É uma situação que requer acompanhamento constante, as autoridades em Brasília estão analisando o que fazer.”
“Há de um lado a expectativa e os anseios dos cidadãos brasileiros, a primeira medida, que é monitorar, acompanhar, manter o contato e verificar a urgência das ações, temos feito de maneira eficiente e eficaz. Precisamos entender os anseios, mas o governo federal tem que pesar uma série de elementos, entre os quais as outras medidas para evitar que haja disseminação da doença no Brasil (…) não é algo que dê para fazer rapidamente”, completou.
O embaixador destacou que a evacuação dos brasileiros é mais complicada do que para outros países devido à distância para a China, já que os voos precisariam de escalas. “Os brasileiros estão longe de ser os últimos estrangeiros que ficaram em Wuhan, estamos tentando encontrar uma solução, mas tem de ser feito de maneira ponderada e segura para os brasileiros e os demais”, explicou.
O diplomata, agora, aguarda as novas orientações do governo chinês e monitora de perto a situação dos brasileiros, mas procura não fazer especulações sobre soluções, já que não quer “gerar uma expectativa”: “Não posso gerar expectativa ou anunciar um voo de retirada antes que ele seja decidido, todos os elementos estão sendo pesados pelas autoridades brasileiras.” JOVEM PAN