A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (5) uma campanha para evitar que o pânico se espalhe por causa do novo coronavírus e pediu US$ 675 milhões (R$ 2,8 bilhões) para financiar o combate à epidemia, de modo a evitar que o problema chegue a países menos preparados para lidar com a situação.
“Não é o momento de propagar medo ou pânico. É o momento de olhar para frente e agir”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em entrevista coletiva.
O chefe da OMS explicou que 99% dos casos seguem restritos à China, e que desses, 80% foram registrados na província de Hubei, o epicentro da epidemia.
O dirigente divulgou um número perturbador: nas últimas 24 horas foi contado o maior número de casos em um único dia desde o início do surto do coronavírus, que já afetou 24.363 pessoas e causou 490 mortes.
Fora da China, os números permanecem muito estáveis, com 191 casos – 31 pessoas não tinham histórico de viagens à China – e uma morte, nas Filipinas.
“O número relativamente pequeno de casos fora da China representa uma oportunidade para evitar que esta epidemia se propague e cause uma crise global”, disse o chefe da OMS.
Tedros Adhanom informou que a organização alocou US$ 9 milhões de seus fundos de emergência para a compra de 500 mil máscaras, 350 mil pares de luvas, 40 mil aparelhos respiratórios e 18 mil unidades de isolamento para envio a 24 países.
A maior preocupação da OMS e o que a organização quer evitar é que o vírus chegue a países com sistemas de saúde fracos que teriam dificuldade para evitar a propagação e prestar os cuidados adequados às pessoas afetadas.
Por esse motivo, o dirigente fez um pedido internacional de US$ 675 milhões que permitiriam, por um lado, financiar com US$ 60 milhões a operação da OMS diante desta epidemia, enquanto o resto seria destinado aos países necessitam ajuda.
“Parece muito dinheiro, mas é muito menos do que a conta que terá de ser paga se não aproveitarmos a oportunidade” para deter o vírus, argumentou. A Fundação Bill e Melinda Gates já destinou US$ 100 milhões para preparar os países mais vulneráveis e contribuir com a pesquisa de uma vacina e possíveis tratamentos.
O chefe da OMS também pediu para que os países que não se apressem e que levem em conta informações científicas antes de tomar qualquer decisão para essa emergência de saúde.
*Com informações da EFE