Pessoas do mundo todo estão adiando viagens e alterando os roteiros por causa do surto causado pelo novo coronavírus. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a epidemia pode fazer o setor perder US$ 22 bilhões, principalmente na Ásia.
A jornalista Mariana Lima faria um cruzeiro na China e no Japão, mas o passeio foi cancelado. “Eu e meus pais tivemos que escolher outro local para visitar e vamos para Itália e para Grécia. Estamos receosos, mas esperamos que melhore até setembro.”
A Itália, país com o maior número de casos da doença na Europa, também é um destino cobiçado principalmente por brasileiros. Porém, desde a semana passada quando o número de infectados disparou no país, reservas de hotéis vem caindo dia após dia.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio, condena a desinformação em relação à doença no país e lembra que pouquíssimas cidades tiveram casos confirmados e mortes em decorrência do coronavírus.
Com viagem marcada para Roma em julho, a produtora de conteúdo Isabel Strabon, diz que, por enquanto, não pretende mudar os planos. “As notícias do coronavírus não me assustaram, vou ficar um mês na região de Veneza e não me preocupei porque ainda tem bastante tempo até lá. Então até julho eu acredito que já via ter normalizado toda a situação no país.”
Assim como a Isabela, turistas de outros países, como França e Espanha, também não estão deixando de viajar para a Itália. Para a estudante espanhola Candela, de 20 anos, “o coronavírus parece ser apenas uma outra gripe comum”.
A epidemia, no entanto, tem causado dor de cabeça para quem estava prestes a viajar. A agente de viagens Amanda Poleti embarcou para a Europa no sábado e teve gastos inesperados com alterações de hospedagens.
“Nos últimos dias a gente teve muitas dúvidas do que fazer ou não fazer, já que um dos destinos era a Itália. Tiramos ela do roteiro e tivemos que remarcar hotéis. Não vamos ter reembolso dos trens e nem do voo da Alitalia.”
De acordo com a presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio SP, Mariana Aldrigui, o setor é um dos que mais sofrem os impactos econômicos do surto. “Diversos voos cancelados, hoteis sendo temporariamente fechados. Isso começou na China mas já está na Itália, na Austrália. O setor de cruzeiros foi muito impactado.”
Segundo a especialista, ainda é cedo para avaliar as consequências para o mercado de viagens global. Mariana Aldrigui ressalta, porém, que destinos nacionais devem ser mais procurados nos próximos meses.
*Com informações da repórter Letícia Santini