Os leitos dos hospitais de Belém já estavam totalmente ocupados quando os sintomas da Covid-19 de seu Francisco Araújo, de 84 anos, começaram a se agravar. Sem saber quem mais procurar, a neta de seu Francisco, Rayara Araújo, recorreu às redes sociais para buscar ajuda.
Uma médica da capital paraense propôs um tratamento diferente daquele que vinha sendo adotado: seu Francisco tomaria corticoides, antibióticos e anticoagulantes em casa. Rayara conta que inicialmente sentiu medo de que os remédios não funcionassem, mas que essa era a única opção naquele momento.
Os remédios que seu Francisco tomou fazem parte do chamado “protocolo colapso”, um tratamento feito em casa, com remédios orais, quando não há a opção de internação. O objetivo não é combater o coronavírus, mas sim as reações que ele causa no corpo, como os problemas nos pulmões.
O protocolo foi indicado à anestesista paraense Luciana Cruz pelo imunologista Roberto Zeballos e está sendo implementado por médicos no Pará e no Maranhão. Segundo esses profissionais, até o dia 26 de maio, dos 323 pacientes tratados desta forma, 45 foram internados e só um morreu.
Na avaliação de Luciana Cruz, o tratamento se mostrou uma alternativa dos profissionais da saúde para conter a superlotação dos leitos nos hospitais.
O protocolo também está sendo usado por médicos em São Paulo, embora os hospitais da capital ainda tenham leitos disponíveis. O pneumologista Rodrigo Santiago é um deles; ele afirma que o corticoide combate a inflamação nos pulmões causada pela Covid-19.
Os especialistas ouvidos pela Jovem Pan ressaltam que os pacientes não devem se medicar por conta própria e que cada caso é avaliado individualmente. Eles destacam, ainda, que é preciso procurar um médico em caso de febre alta e persistente, falta de ar ou dor no peito.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
Jovem Pan