Uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Águas em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais tem monitorado o nível de carga viral do coronavírus no esgoto da região metropolitana de Belo Horizonte. As amostras coletadas na 2ª semana de janeiro, entre os dias 11 e 15, apresentaram o 2º maior nível da carga viral desde o início da pandemia, ficando atrás apenas da penúltima semana de dezembro do ano passado.
O projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos observa a presença do novo coronavírus e a partir do que é coletado, os cientistas avaliam o nível de circulação do vírus na região metropolitana. Em Belo Horizonte, as cargas virais continuam elevadas, cerca de aproximadamente 30 trilhões de cópias de genoma do vírus por litro a cada dia.
Esse patamar é quase o dobro do valor encontrado no período mais crítico da pandemia, no mês de julho de 2020, quando atingiu cerca de 18 trilhões de cópias por dia. A partir dos dados, os pesquisadores buscam estimar a quantidade de pessoas infectadas. Novas evidências mostram também que o período de secreção do vírus nas fezes de infectados pode durar até sete semanas, mas varia de indivíduo para indivíduo.
A estimativa de população total infectada para o conjunto de regiões que contribuem com esgoto para as Estações de Tratamento da capital mineira tem média de cerca de 250 mil pessoas na segunda semana de 2021.
Os pesquisadores participantes reforçam, no entanto, que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência e usar os dados como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos.
Edição: Joana Lima