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SAÚDE - 15/10/2022

Ronco alto pode ser sintoma de apneia do sono

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 Ronco alto pode ser sintoma de apneia do sono

Mais do que um barulho incômodo, o ronco alto pode indicar um grave distúrbio de sono, como é o caso da apneia, situação em que pessoa para de respirar por alguns segundos, diversas vezes, durante a noite. A condição atinge 30% da população adulta brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde.

 

Muito além de um problema puramente de sono, hoje, sabe-se que a doença leva a maior mortalidade por doença cardiovascular (hipertensão, arritmias, infarto e derrame), acidentes de trânsito por sonolência excessiva diurna, redução de produtividade no trabalho (tanto física como mental), disfunção sexual e déficit de aprendizagem se iniciada na infância.

 

O professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, médico neurologista Frederico Lacerda, explica que muitas pessoas têm apneia do sono sem conhecimento do problema e não fazem tratamento para aliviá-la. “Além da sensação de cansaço por conta da noite mal dormida, outros problemas como déficit de atenção, interrupção do sono com vontade de urinar, sonolência excessiva durante o dia e agravamento do estresse/distúrbios de humor podem ser gerados”, destaca.

 

A condição se divide em dois tipos: a apneia obstrutiva do sono e apneia do central do sono. A primeira é a forma mais comum e se caracteriza pelo relaxamento dos músculos da garganta e língua associado ao deposito de tecido gorduroso e flacidez de partes moles. O especialista menciona que esse quadro leva à obstrução respiratória. “Há uma redução da concentração de oxigênio no sangue, o que emite um sinal de alerta ao cérebro dizendo que algo está errado”, explica. Ao sentir dificuldades de respirar, a pessoa desperta do sono e isso acontece várias vezes durante a noite. Nesses episódios, há produção do ronco , muitas vezes com sensação de sufocamento.

 

Já a apneia do sono central está associada à perda do funcionamento dos centros de controle respiratório (frequentemente associado à doenças cardíacas ou cerebrais) levando à falha do comando para a contratação muscular que desencadeia a respiração. Felizmente essa forma é bem mais rara que a primeira. “A apneia acomete principalmente homens, em geral, com mais de 50 anos de idade e mulheres com excesso de peso e na menopausa. No entanto, vale lembrar que até mesmo crianças podem ter essas condições de saúde”, esclarece o médico.

 

Causas e tratamento -- Na apneia obstrutiva do sono a causa principal é a obstrução do canal respiratório, que pode resultar de condições como obesidade, aumento das amígdalas, circunferência do pescoço e alterações craniofaciais. Já no outro tipo da patologia, a causa mais comum é a insuficiência cardíaca e, em menor ocorrência, o acidente vascular cerebral e uso de medicamentos para dor (opioides).

 

Além do ronco alto e sonolência excessiva, os sintomas incluem ainda falta de ar, despertar com a boca aberta, dor de cabeça matinal, insônia, déficit de atenção, falta de memória e episódios de irritabilidade e impaciência. No diagnóstico, o médico pode solicitar um exame de polissonografia, que consiste na avaliação noturna do sono, para monitorar a respiração e outras funções do corpo.

 

O tratamento vai ser prescrito pelo médico envolve diversas abordagens: mudança de hábitos de vida com ênfase na perda de peso; uso de aparelho de pressão positiva (CPAP) associado à mascaras nasais auxiliando no fluxo de ar aos pulmões (forma mais comumente usada e com melhores resultados); e cirurgia em regiões da boca e garganta, sobretudo em casos com impossibilidade de uso de CPAP e em crianças com anomalias faciais.

 

Confira as dicas do médico para aliviar os sintomas:

- Evite a ingesta de bebidas alcoólicas;

- Evite dormir de barriga para cima;

- Adote um estilo de vida saudável, com prática de atividade física e alimentação equilibrada, afastando o excesso de peso e obesidade;

- Não fume;

- Pessoas com rinite alérgica devem fazer tratamento para evitar obstrução nasal.

 

Por Assessoria

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