No mês em que se comemora o Dia do Fisioterapeuta, é importante salientar a importância dessa profissão que, cada vez mais, vem sendo requisitada em equipes de saúde ao redor do mundo. Através dos serviços oferecidos pelos fisioterapeutas, em longo prazo, pacientes garantem uma melhor qualidade de vida e, em médio e curto prazo, diminuem consideravelmente o tempo de recuperação em casos de enfermidades ou lesões.
Estima-se que em 2020 foi a profissão que mais cresceu, em torno de 716% apenas no Brasil e de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial do mesmo ano, as terapias física e respiratória foram indicadas como carreiras promissoras no futuro.
A fisioterapeuta Lívia Sechler, líder da equipe de fisioterapia na Assiste Vida, empresa baiana que é referência em serviços de assistência médica domiciliar, reforça a importância dos profissionais da área. “Embora a profissão tenha construído sua identidade permeada pelo objetivo de promover a reabilitação física, sendo ainda marcante neste campo de atuação, é importante destacar a necessidade da atuação do fisioterapeuta na Saúde Pública, elaborando estratégias para atender às necessidades da comunidade em termos de prevenção de doenças e promoção de saúde, melhorando, assim, a qualidade de vida das pessoas envolvidas nesse contexto social”, ressalta.
De acordo com uma análise feita por especialistas do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Universidade do Estado do Pará (UEPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFPA), estima-se que o Brasil possui cerca de 206.170 fisioterapeutas em atuação, o estudo aponta que cerca 37.346 desses profissionais exercem as suas funções na Região Nordeste, enfatizando a importância da profissão e a construção de um cenário com cada vez mais profissionais da área surgindo. Contudo, a profissão ainda enfrenta desafios constantes, entre eles, seus profissionais sendo vistos como tecnicistas, principalmente por outros profissionais da equipe multidisciplinar e também pela sociedade como executor de condutas e procedimentos, dessa forma, comprometendo a autonomia e autoridade do profissional no exercício de sua função.
“É necessário salientar que o fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato, ou seja, não necessita de encaminhamento de outro profissional, pode solicitar e interpretar exames que julgue relevante para estabelecer o plano terapêutico e de intervenções do paciente e possui total autonomia, cabendo somente a ele avaliar, diagnosticar, tratar e prescrever as condutas a serem realizadas no campo concernente a Fisioterapia”, explica Lívia.
O papel fundamental da fisioterapia na recuperação muscular
Nos ambientes em que está inserido, o fisioterapeuta tem se mostrado essencial na recuperação parcial ou total de pacientes. Estima-se que depois de uma semana acamado, um adulto perca 20% da força muscular e, após 3 a 5 semanas deitado, a perda pode chegar a 50%. Isso se deve pelo fato das alterações que acontecem na consistência sistêmica, gerando a perda da força muscular e afetando o equilíbrio e a coordenação.
Em idosos, essa condição é ainda mais acelerada quando eles estão acamados, o impacto do declínio funcional afeta com frequência a musculatura do pescoço, do abdômen, das coxas e panturrilhas, da lombar e dos glúteos. Esse processo de perda da musculatura é denominado de Sarcopenia e trata-se de um acontecimento comum após os 50 anos de idade, período em que há maior redução da quantidade e tamanho das fibras que formam os músculos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, cerca de 15% dos brasileiros têm Sarcopenia a partir dos 60 anos de idade, chegando a 46% após os 80 anos e que pode ser agravada com o surgimento de patologias oncológicas, processos infecciosos agudos, alterações neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e Parkinson, além de doenças como a Depressão.
“Os fisioterapeutas são essenciais na recuperação muscular, visto que são profissionais que realizam a análise biomecânica do movimento, avaliam o grau de força muscular, a tolerância ao exercício, buscando as disfunções neste sistema, corrigindo os distúrbios e realizando as intervenções necessárias para a recuperação do paciente”, explica.
Dessa forma, o trabalho da fisioterapia é requisitado com urgência, em um cenário onde quanto mais cedo as práticas fisioterapêuticas começarem, mais fácil será reduzir os efeitos do confinamento ao leito sobre o corpo do enfermo.
Lívia garante que para uma prevenção eficaz desse processo é imprescindível manter bons hábitos alimentares, realizar a prática regular de atividade física, assim como, acompanhamento com equipe multidisciplinar. “Pacientes com esse grau de disfunção devem ser avaliados não somente pela equipe médica, mas também, pelo fisioterapeuta para que seja realizada avaliação da força de preensão palmar (dinamometria), bem como aplicação de teste de velocidade da marcha, TUG Teste e teste de caminhada de 6 minutos”, conclui a fisioterapeuta.