A área de oncologia tem buscado por novas tecnologias que possibilitem o diagnóstico cada vez mais precoce e de forma menos invasiva dos diversos tipos de câncer. Um desses exames é o PET-CT, realizado sem o uso de contraste e que utiliza substâncias que têm avidez por células neoplásicas, entre elas o FDG-18F (molécula análoga a glicose) para o estadiamento, reestadiamento, diagnóstico e avaliação de tratamento do câncer e de outras doenças. O PET/CT é um método híbrido e constitui da junção do PET com a CT, a sigla PET vem do inglês, significando “tomografia por emissão de pósitrons”, enquanto o CT está relacionado a “tomografia computadorizada”. Desse modo, ele reúne a tecnologia de dois exames, avaliando a anatomia e a função de cada estrutura corpórea.
Apesar de ter como principal indicação a avaliação do câncer, o PET-CT pode ser usado também na neurologia, para a avaliação de alguns tipos de demência, e para a investigação de doenças infecciosas, inflamatórias e reumatológicas, podendo auxiliar na detecção de infecção de próteses, do coração e em outras partes do corpo.
A Dra. Natália Matos, especialista em medicina nuclear, explica que o paciente deve reservar um turno para a realização do exame. Ao chegar na clínica, a equipe faz uma entrevista do paciente e em seguida realiza a administração endovenosa do radiotraçador, o paciente permanece em repouso para a aquisição da imagem, através de uma máquina de PET-CT, por um período de cerca de uma hora. “Para o exame, é pedido que o paciente esteja em jejum de alimento de 6 horas, mas a ingestão de água está liberada. Há também preparos específicos para os pacientes que fazem uso de algumas medicações”, conta. Como existem diferentes radiotraçadores, e, portanto, diferentes preparos a clínica irão disponibilizar com antecedência as orientações pré exame.
Radiação
Um dos medos de muitos pacientes quando o assunto é exames de imagem é sobre os riscos da radiação. No caso do PET-CT, o uso de radiação é muito mais baixa em relação a outros exames de imagem, com o objetivo apenas de detectar o diagnóstico. “Esse é um exame que não possui grandes contraindicações, porque utilizamos substâncias que avaliam fisiologicamente o organismo de forma não invasiva. Então, inclusive quem tem insuficiência renal pode realizar o exame. A exceção são aqueles pacientes que não conseguem em repouso por pelo menos 30 minutos em uma máquina ou que precisam de sedação”, esclarece a especialista.
Para a realização do exame são utilizadas substâncias radiotraçadoras, sendo o FDG-F18 (molécula análoga a glicose marcada com uma substância radioativa) a maios comum. Os traçadores mais comuns nos exames realizados na Bahia são o FDG (usado para a detecção da maioria dos tumores), PSMA (avaliação do câncer de próstata) e o DOTA (para tumores neuroendócrinos). “Essa forma de detecção sempre vai considerar o benefício e o risco para o paciente. Então, ele é um exame mais seguro, com uma dose muito baixa de radiação, o que traz mais benefício para o paciente com baixo risco de efeito colateral ao longo prazo”, aponta Matos.
Assim, o exame tem se tornado uma opção segura e mais eficiente na conduta de pacientes com câncer, inclusive para avaliar a respostas dos tratamentos. Especialmente em casos de lesões de natureza oncológica com dimensões muito pequenas ou ainda sem alteração anatômica, que não teriam diagnóstico em outros métodos, mas são detectadas pelo PET-CT. “Com um único exame, a gente consegue fazer a avaliação do corpo inteiro do paciente, então ele ganha um papel importante para dar uma segurança ao médico no momento do diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta, suspeita de recidiva ou reestadiamento do tumor”, finaliza Matos.