O motorista Aginaldo Viríssimo Cuelho, de 50 anos, que confessou ter matado a mulher, Denise da Silva, de 34 anos, grávida de 4 meses, afirmou, nesta terça-feira (5), que agiu por impulso e que está arrependido do crime. O homem, que está preso, disse ainda que viu conversas da vítima com outros homens e, por suspeitar de uma suposta traição, resolveu ir até a casa dela para “tirar satisfação”.
Durante a apresentação na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Aginaldo disse que a mulher não quis abrir a porta e, por isso, ele a arrombou. Ele afirma que ficou irritado por ter sido recebido de forma agressiva por Denise e atirou contra ela.
“Fiz besteira. Estou arrependido por tudo que eu fiz. Ninguém merecia isso, nem ela, nem eu. Minha vida acabou. A gente discutiu. À noite, eu falei com ela no telefone e ela deu a entender que estava com alguém lá. Eu pensei em matar essa pessoa que poderia estar com ela. Eu fui até lá, pedi para ela abrir a porta e ela não quis. Aí fiquei muito irritado, arrombei, a gente discutiu e eu por impulso acabei atirando”, disse.
O crime foi cometido numa rua próxima da casa da vítima, em um condomínio do Setor Orienteville, na capital, na madrugada de segunda-feira (4). Conforme as investigações, como o casal estava separado, o motorista arrombou a porta da casa e começou a discutir com a esposa. Após ser agredida, ela tentou fugir, mas acabou baleada na cabeça.
Aginaldo foi preso na tarde do mesmo dia, na casa de familiares, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, para onde fugiu após o crime aplicativo de transporte particular. Após ser localizado, ele foi levado para a DIH, na capital.
O corpo de Denise foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, onde permanecia até as 11h55 desta terça-feira.
O motorista foi indiciado por feminicídio duplamente qualificado, pelo fato da vítima estar grávida e por ter ocorrido na presença de uma criança.
De acordo com o delegado, Dannilo Proto, responsável pelas investigações, Aginaldo já não morava com a mulher há dois meses. No entanto, ele estava na casa de um filho de 21 anos, fruto de outro relacionamento, no mesmo condomínio. O investigador contou que o motorista, após arrombar a casa, chegou a apontar a arma para o filho de Denise, de 6 anos de idade, que foi pego por um vizinho.
“Ele estava induzido por um sentimento de fúria por conta de conversas da mulher com outras pessoas que ele havia visto e foi até lá tirar satisfação. Em diversos momentos, ele alegou arrependimento. Mas a fala dele é distorcida, porque ele demonstra agressividade. Como ele foi armado, a gente acredita que ele foi não só para conversar, mas já pronto para matá-la”, atesta.
Ainda de acordo com o delegado, o motorista utilizava a arma, que possuía há cerca de dois anos, quando ia pescar ou para a fazenda.
Durante depoimento à Polícia Civil, Aginaldo disse que ficou ofendido depois que a mulher ameaçou bater nele, durante uma discussão. Em um vídeo divulgado pela corporação, o homem afirma que não se lembra se atirou ou se arma disparou sozinha.
“Eu falei para ela: ‘por que você faz isso? Você podia pensar na gente, eu não faço nada de errado e você fica fazendo essas coisas. Eu estou querendo ajeitar a nossa vida e você fica me criticando, me desafiando. Falando que vai bater na minha cara’. Eu cheguei e, para mim tinha alguém lá, ela deu a entender isso, porque chamei na porta e ela não quis abrir".
Tia da vítima, Idivonete Ferreira Martins disse à TV Anhanguera que não acredita no arrependimento do motorista. Segundo ela, a sobrinha também não teria cometido nenhuma traição e pede "justiça" pela família dela, que está consternada com o ocorrido
O suspeito trabalha como motorista do ônibus da dupla sertaneja Henrique e Juliano. A assessoria dos artistas informou ao G1 que o funcionário estava de folga quando o crime ocorreu e que o contato dele com os músicos é "estritamente profissional".
G1