O soldado da Polícia Militar João Maria Figueiredo da Silva, 36, que fez na campanha eleitoral a segurança da governadora eleita do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi morto a tiros nesta sexta-feira (21) em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.
Figueiredo, segundo a polícia, foi assassinado por dois homens quando passava de moto numa via próxima à estrada que leva ao aeroporto internacional Aluízio Alves. Os dois, que estavam a pé, atiraram no ombro de Figueiredo, que ainda tentou fugir, mas foi atingido por três tiros na cabeça.
O segurança da governadora eleita morreu no local e os assaltantes fugiram levando sua arma. A moto e os documentos pessoais do policial não foram roubados. O local em que Figueiredo foi morto fazia parte do trajeto percorrido diariamente por ele.
Além de ter atuado na segurança de Fátima Bezerra na campanha ao governo do estado, o policial deveria fazer parte da equipe dela a partir do próximo dia 1º e era membro ativo do grupo Policiais Antifascismo.
Em redes sociais, a governadora eleita disse que a memória de Figueiredo não será esquecida e que o caso deve ter a devida apuração.
"O assassinato brutal do querido Figueiredo nos deixa consternados, com profundo sentimento de perda, abalados em alma [...] Queria bem a ele como um filho, um irmão. Que tragédias como a de Figueiredo, infelizmente cada dia mais presentes na vida de nossos trabalhadores e abnegados profissionais da segurança, tenham a devida apuração e elucidação", disse Fátima.
O Rio Grande do Norte é o estado mais violento do país, com 68 mortes por 100 mil pessoas, mais que o dobro da média nacional, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização de pesquisadores da área e que compila estatísticas de secretarias estaduais de segurança e das polícias Civil e Militar.
O critério para a soma de mortes violentas intencionais inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais em confrontos e mortes decorrentes de intervenções policiais.
Por meio de nota, a Polícia Militar do estado lamentou a morte de Figueiredo e disse que ele foi morto em um "ato covarde".
"O policial faleceu na tarde desta sexta-feira (21), após um ato covarde de criminosos, sendo atingido por disparos de arma de fogo no município de São Gonçalo do Amarante. A Polícia Militar lamenta a morte deste honrado guerreiro, externando aos amigos, companheiros de trabalho e familiares, os nossos sentimentos de mais profundo pesar. Apesar do sentimento de luto, os integrantes da Polícia Militar não estão medindo esforços para levar os responsáveis à Justiça", diz a nota.
Em redes sociais, o grupo Policiais Antifascismo também lamentou a morte de Figueiredo, que estava na PM desde 2009 e era lotado no pelotão do município de Taipu (a 54 quilômetros de Natal).